quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quinta feira, 15 de setembro de 2011

          
           Resenha Critica do texto: Externalidade Ambiental e Sociabilidade Capitalista. Henri Acselrad.



         A problemática dentro do meio ambiente refere-se principalmente ao que se diz ‘externalidade ambiental’ dentro do âmbito do mercado capitalista existente dentro da própria sociedade. Henri Acselrad trabalha esse conceito durante todo o seu texto, tentando mencionar todos os aspectos favoráveis ou não do mercado capital no sentido de bens privados, em relação à natureza e o que ela tem a oferecer no sentido de bens públicos.
            O conceito de externalidade permeia dentro de vários fatores no texto por um em especifico que traduz efetivamente o que a teoria econômica vista por Henri avalia: “... danos causados por alguma atividade a terceiros, sem que esses danos sejam incorporados no sistema de preços.” (ACSELRAD, Henri – Externalidade Ambiental e Sociabilidade Capitalista, pag. 131). Sanciona dizer que o mercado capitalista não contabiliza os danos causados ao meio ambiente, visto que esses danos não são custos a serem contabilizados em forma monetária, mas sim um dano ao bem estar público, uma vertente do não-mercado que funciona ao redor de toda sociedade capitalista.
            Caberia acrescentar que o “dano ambiental” não é especificadamente um custo no sentido econômico, mas sim um “custo social” diferente de um “custo privado”. A defasagem entre eles não é de quantidade, mas sim de qualidade.
A hipotética e os desvãos dentro das tipologias de externalidades chegam a um conceito que domina teoricamente a “Economia do Bem-estar”. Afinal de contas os benefícios líquidos privados e sociais também são peculiaridades da função de produção, trazendo dentro do contexto de economia uma preocupação em relação aos prejuízos monetários e ambientais que o sistema do capital gera. A sustentabilidade e as revoluções sociais, ao ver de Henri, não seriam respostas às externalidades, como um preenchimento de uma função para a qual o mercado falha, mas sim, “uma luta em torno do modo de uso do meio ambiente, que se desenvolve tanto dentro como fora do mercado.” (ACSELRAD, Henri – Externalidade Ambiental e Sociabilidade Capitalista, pag.137).
            A tradução desse conceito no ambiente de sociedade capitalista reforça toda a problemática quase que invisível da degradação ambiental como conseqüência do mercado de produção. Mas caberia dizer que o mercado de produção segue indeliberadamente o consumo, que por vez gera uma produção maior no mercado e conseqüentemente danos invisíveis ao meio ambiente. Ora, se o mercado consumidor gera o mercado de produção que gera um ‘não-mercado’ de danos ambientais, o conceito de ‘externalidade’ e os demais assuntos discursivos não seriam mais visto em partes, mas sim como uma cadeia de fatos que desencadeia em conseqüências problemáticas nesse contexto capitalista. A economia como ciência que estuda a atividade econômica, através do desenvolvimento da teoria econômica não deveria explicar ou solucionar o problema na visão microeconômica, mas sim numa visão macroeconômica estudando o agregado a vários comportamentos individuais.
              Henri foi feliz ao trazer as externalidades ambientais como conseqüência e parte de uma sociabilidade capitalista no mercado de produção, entretanto, a parte social do capitalismo, o consumidor, também é agente dessa externalidade ambiental, por que favorece a produção e conseqüentemente provoca os agravos no meio ambiente.

Fillipe Sampaio.

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