sábado, 17 de setembro de 2011

sábado, 17 de setembro de 2011

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                Bom, antes de mais nada, deixa eu tentar explicar o 'porquê' desse relatório. 
               Durante toda a I unidade de Projeto II, adquirimos conhecimentos em relação a várias vertentes arquitetônicas, quase como um repertório para podermos adquirir conhecimento e visualizações em relação ao nosso próximo projeto: residencia unifamiliar.
                   Nosso professor Ricardo Stumpf, nos trouxe esse desafio, a ponto de testar a nossa criatividade e nosso poder de 'ruptura', diríamos. haha
             Esta ai, o que eu aprendi dentro dos seminários, quaisquer erros, são meros problemas de déficit de atenção. hehe




Relatório

            Difícil seria citar todas as vertentes existentes dentro do nosso complexo repertório arquitetônico denotado por todos os anos que já se passaram e que ainda estão por vir. Ao se pensar em um projeto qualquer, teríamos que ter em mente uma quantidade grande de possibilidades que facilitaria o processo de criação dentro de quaisquer que seja a criatividade. Afinal de contas, ao nos inspirarmos em obras já existentes, entramos em um dilema muito intricado, recheado de contextos históricos, imaginários e tecnológicos que percorrem por quase todas essas vertentes.
            Nessa primeira unidade de Projeto II, conhecemos algumas dessas vertentes, todos os seus contextos e alguns expoentes, como obras e suas tecnologias.
            Para iniciar qualquer comentário a respeito desses tipos arquitetônicos, seria interessante começar com a Arquitetura Vernacular, ou como eu poderia dizer, uma arquitetura ‘sem arquiteto’, que se diferencia de algumas outras vertentes por conta da sua autenticidade com relação ao material que se é empregado para fazê-la. A arquitetura vernacular é feita com materiais existentes da região, podendo então mudar de acordo com os recursos existentes em seu ambiente.  No mundo, esse tipo de arquitetura foi empregado durante muito tempo. Seria generoso dizer que a arquitetura vernacular seria a ‘mãe’ de todas as outras vertentes arquitetônicas, já que desde sempre o homem utilizou da matéria-prima de onde morava para construir suas moradias. A exemplo disso no mundo temos os iglus (casa de neve), feito por pessoas que habitam as zonas de frio extremo; temos os ameríndios, e populações tradicionais africanas que utilizam terra crua, palha e outros materiais para construir suas residências; temos no nordeste brasileiro, taipa, adobe...; nas regiões litorâneas, bambus; na escandinava, telhado de grama que é uma técnica antiga, para o isolamento térmico.
            Alguns expoentes se inspiraram nessa arquitetura ‘sem arquiteto’ para construir e projetar seus trabalhos, trazendo para a realidade contemporânea, um pouco do ‘primórdio’, mesclando a paisagem urbanística com tons cheios de ‘raízes’.
            Partindo para outra vertente arquitetônica encontramos uma de nosso interesse, como a Arquitetura Tradicional Brasileira, que de alguma forma nos intriga por conta da mistura existente dentro do Brasil desde seu ‘descobrimento’ até os dias de hoje. Seria capaz existir uma arquitetura que fosse a cara do Brasil, mesmo com tantas influências trazidas de fora? Uma pergunta a se pensar, porém ao analisar algumas construções, e enxergar algumas características em comum dentro desse processo de identidade brasileiro, vemos que é sim possível existir uma arquitetura ‘nossa’. As varandas, os alpendres, trazidos pela Espanha e Portugal, foram influenciadas pelos árabes, chegando até nós e tomando uma forma que seria a ‘nossa cara’. Em quase todas as residências existentes nesse nosso Brasil, conseguimos enxergar essas varandas avantajadas, os alpendres que protegem as residências da incidência direta do sol e das chuvas, enfim. Assim como o primeiro, alguns arquitetos também se inspiraram nessas características típicas do nosso processo de identidade em seus trabalhos.
            O movimento da Arquitetura Moderna Internacional teve um processo de extrema importância dentro do nosso panorama arquitetônico mundial. Desde seu imaginário que se deu principalmente no final do século XIX, pelo construtivismo russo, já inspirados pela revolução industrial, no que se diz respeito às maquinas. O funcionalismo das máquinas deu aos construtivistas a chave para o começo de uma nova ordem mundial, em relação a tudo, principalmente na arquitetura. Le Corbusier dizia: ‘A casa é uma máquina de morar’, ressaltando ainda mais esse conceito de funcionalidade. Assim, arquitetos como Le Corbusier, Van der Rohe, Walter Gropius, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, e outros, deram inicio a um novo estilo arquitetônico, fazendo uma ruptura de uma arquitetura sem funcionalismo, com muitas estruturas ornamentarias, para uma arquitetura em que se aproveita o espaço, com volumes em ângulos retos, funcionalista, sem ornamentarias (Van De Rohe dizia: ‘Menos é mais’), quase sempre assimétricos, com a estrutura amostra e diversas outras características que eram relevantes em relação a tudo que já existia na época.  Dentro desse contexto histórico, é importante citar a Escola de Bauhaus, criada por Walter Gropius e outros nomes, onde tinha diversos cursos, como a arquitetura e urbanismo, o design, enfim, todos voltados para esse imaginário moderno.
            Não se pode falar da Arquitetura Moderna Internacional sem tocar na sigla: CIAM, que eram Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna, onde grandes nomes da arquitetura moderna se reuniam para discutir as suas idéias em relação ao que era melhor para arquitetura. Lá também foi escrita a ‘Carta de Atenas’, onde está todo o regulamento de como se construir e projetar algo moderno.
            No Brasil, também foi forte a influência do movimento moderno dentro da arquitetura, trazendo para nós grandes nomes da Arquitetura Moderna Brasileira, como Oscar Niemeyer, Lucio Costa e diversos outros, que foram influenciados, pelos pensamentos de Le Corbusier quando este passou pelo país. Como conseqüência desse movimento no Brasil, temos grandes obras modernas de renome internacional, como o próprio plano diretor de Brasília, a sede do Ministério da Educação e Saúde no Rio, e diversas outras construções desses nomes e de outros, com características modernas.
            Como toda síntese tem a sua antítese, surge a Arquitetura Pós Moderna, trazendo consigo algo totalmente contrário à Arquitetura moderna. Os exageros, as estruturas ornamentais, os arcos, o frontão, as colunas clássicas, tudo isso volta à tona, numa mistura quase carnavalesca. Seria também generoso ao dizer que a arquitetura pós-moderna é quase uma caricatura de tudo aquilo que já existia, um ecletismo sem limites.
            Existe outro movimento que aconteceu quase ao mesmo tempo em que o movimento moderno atuava que foi a Arquitetura Orgânica. Quase idealizado por alguns arquitetos modernos, como o Frank Lloyd e o Alvar Aalto, acreditavam que uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas e do caráter do país como um organismo vivo. Sua convicção era de que os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens. De uma forma geral, a arquitetura orgânica é considerada como um contraponto (e em certo sentido, uma reação) à arquitetura racionalista influenciada pelo International Style de origem européia. Quase todas as construções ligadas a esse estilo, tinham formas de algo vivo, ou seja, de organismos vivos.
            Todos os processos de estilos diferentes dentro do campo da arquitetura se deram principalmente por imaginários, claro, ou seja, tipologias de idéias que se concentravam naquilo que era melhor para a época, entretanto, não se pode negar que apesar de todo esse contexto filosófico, temos também os avanços tecnológicos que têm suma importância dentro dessas mudanças. No final do século XX e inicio do século XXI, vimos e vemos até hoje, as mudanças constantes da ciência em relação a todas as áreas. Desde saúde, como também na própria construção civil e na arquitetura, dando a esses expoentes um espaço ilimitado para suas criações. Não é de se assustar quando nos deparamos em pleno século XXI, outra revolução dentro da arquitetura, que é a Arquitetura High Tech ou Arquitetura de Modelagem, dando a possibilidade a uma arquitetura totalmente futurística, lúdica, e extremamente ‘poderosa’. Junto com essa tecnologia de modelagem, temos também um pensamento novo voltado para sustentabilidade, ou seja, a Arquitetura Sustentável, que utiliza desse avanço tecnológico, para a preocupação de novas fontes de energia alternativa, e aproveitamento de tudo aquilo que se pode melhorar dentro do consumo de uma casa, ou quaisquer outros projetos.
            Dentro de todo esse contexto e repertório, é quase fácil mesclar por todas essas vertentes, trazendo para nossas cabeças um ideal daquilo que é melhor a ser feito e seguido, claro, seguindo um conceito maior de avanço filosófico. Afinal de contas, quando se projeta qualquer coisa, o que tem que se ter em mente, é que, não estamos projetando edificações quaisquer, estamos projetando sonhos alheios, colírios pro olhos daqueles que se deparam pra qualquer uma dessas vertentes. É importante saber, que assim como arte, nós futuros arquitetos, temos que ter o bom senso e a ousadia de superar as nossas expectativas, e muito mais do que isso, temos que acreditar que nada, nem ninguém seria capaz de destruir aquilo que mais queremos: uma ruptura com tudo aquilo que já existe ou já existiu.

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